terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Barrado na porta

A despeito de todas as dificuldades e humilhações de ver meu filho do outro lado do país apenas enjaulado e vigiado, o maior desafio ainda é conseguir fazer-se cumprir esta desterminação. É muito difícil conseguir testemunhas dos impedimentos em um lugar que não conheço quase ninguém, além da dificuldade de se obter uma prova material disso.

Dificuldade não significa impossibilidade! Depois de várias situações, finalmente consegui gravar um evento de uma das tias me impedindo o acesso e, nas palavras dela:




Eu - "O juiz impôs que eu tenho que visitar meu filho aqui dentro..... então vim aqui pra visitar meu filho."

Tia - "Mas foi dito alguma coisa? Eu não sei. Não me meto nessas coisas. Eu moro de fronte mas não me meto. Não quero participar do problema, de nada."

Eu - "É o seguinte: Fui proibido pela XXXXXXX de ter acesso ao meu filho porque ela me acusou de ter batido nela, e aquele monte de coisa. E daí, enquanto está ocorrendo o processo, estou impedido de sair com meu filho. Só posso ve-lo aqui dentro. E aí tem o horário determinado pelo juiz para fazer isso."

Tia - "Sim, mas parece que ela não quer que você veja, não é isso?"

Eu - "Então.... é. Mas aí é que está......"

Tia - "Aí não posso fazer nada."

Eu - "Então.... mas existe a ordem do juiz."

Tia - "Tenta entrar em contato com ela meu filho, pois nem sei o telefone de XXXXXX e nem me meto nestas coisas porque, olha, do meu neto toma conta eu. Mas eu não me meto em nada. Tô aqui porque sou a mais adulta da familia que tem aqui, moro de fronte e... a... e... e você queria dizer a mim que queria ver o menino e parece que XXXXXXX... qual é a ordem de XXXXXX (pergunta a mocinha ao lado)"

Mocinha - "Ele só pode ver ele com alguém próximo. Com ela ou com o vô estando em casa."

Tia - "Não vou fazer uma coisa que não posso e não posso me meter."

Eu - "Veja isso direito, por que o que vou fazer: Vou sair daqui....."

Tia - "Eu não tenho nada a ver com isso. Estou lhe atendendo porque é um dever meu. Sou adulta e estou aqui lhe atendendo, mas eu não posso deixar você entrar uma vez que a familia não quer que você entre e vá ver o menino. Porque eu também não sei, porque não converso sobre estas coisas em casa. Eu não me meto nestas coisas não. Não vou dizer 'Entre, Gustavo' se existe uma ordem a menina que mora lá com eles está sabendo. Foi isso que a XXXXX disse? (perguntando a menina ao lado)"

Menina - "Foi"

Eu - "Por que vou sair daqui, como eu falei, e vou direto pra delegacia fazer um boletim de ocorrência."

Tia - "Aí não posso fazer nada. Isso aí é coisa entre vocês. São adultos, donos do destinos de vocês e eu não posso fazer nada. Se ela tivesse falado comigo 'entra e fique olhando', estas coisas assim, ainda mais por ela ser meu sobrinho e por ele ser meu sobrinho, é, eu ia me envolver. Mas não foi dito nada a mim. Ela o deixou sozinho em casa. A menina veio? (perguntando a menina ao lado)"

Menina - "Não"

Tia - "Tô eu aqui assim, fico de 'olho' vendo se tá tudo bem, se comeu".




Presentes que meu filho não recebeu

Em resumo, meu filho foi largado sozinho aos cuidados de uma garota de uns 10 anos e uma tia "que mora em frente" e "está de olho", porém nem sabia que a babá não havia aparecido e já eram 15h00. Declara explicitamente que não quer que eu o veja e tenho que ir embora sem ao menos falar "oi" pra ele. Que merda de justiça é esta deste país que vivemos? Quantas mais provas são necessárias para que devolvam a mim e ao meu filho a dignidade em nossa convivência? A bola e o pirulito que havia levado de presente voltaram comigo, esperando para ver se ao menos hoje consigo algum contato com meu pequeno.

De qualquer maneira já abri um boletim de ocorrência na delegacia próxima e fiz algumas cópias da gravação, inclusive mandei cópias pela internet. Afinal, com tanto absurdo nesta história, não duvido de mais nada que possa me acontecer.