segunda-feira, 21 de março de 2011

2 anos sem o Francisco

Meu filho foi raptado no dia 18/03/2009, durante minha ida ao trabalho. A autora do rapto foi minha própria esposa (na época) e fundamentado justamente no mecanismo do judiciário brasileiro, que costuma beneficiar a alienação parental ao invés de reprimi-la.

O Francisco morava em Campinas, no estado de São Paulo, e foi levado sorrateiramente para Recife, no estado de Pernambuco, onde inescrupulosamente fui acusado de agressão, promiscuidade e de querer fugir com meu filho (????). O judiciário acatou tais acusações sem sequer uma única prova e imediatamente adotou medidas restritivas, endossando a alienação e ignorando premissas da nossa Constituição, como a presunção de inocência, e principalmente, o princípio do melhor interesse da criança. 

Seguindo com a ideia de violar a Constituição,  o laudo psicológico determinou que não poderia ter a guarda, pois estou me defendendo dos inúmeros processos contra mim (??????). Para a psicóloga, a única explicação para me defender é pelo desejo de vingança por uma relação mal resolvida. As ideias de inocência ou de interesse de estar com meu filho não lhe passaram na cabeça. Neste meio tempo também fui acusado criminalmente de fraudar as provas no processo de definição da guarda.

Desde então venho lutando pelos meus direitos e de meu filho. Acabei abandonando trabalho e família em Campinas, engajei em um protesto que me levou a cruzar o Brasil de bicicleta e no momento estou residindo em Recife. Foi a única maneira de tolerar tudo. Meu filho estava crescendo sem me conhecer. Ao menos agora ele me conhece.

Apesar de todo o esforço da minha ex-esposa e alguns de seus familiares de me afastar de meu filho, como atestam as infindáveis provas, ainda me sobra um tempinho com meu pequeno. Não posso entrar na casa dela com ele, mas também não posso sair do pátio. Somente posso estar com ele estritamente supervisionado por ela ou familiares (até pela babá). Perdi minha autoridade parental e meu filho perdeu seu direito a ver sua própria família. Ele desconhece completamente seus tios, avós, primos ou quaisquer outros parentes do meu lado da família.

Dia após dia vivo uma batalha, seja da saudade do meu filho, da saudade de minha família, dos meus amigos, do trabalho que tinha, da luta com o pouco dinheiro ou da luta no processo. É uma luta pelo direito do meu filho a ter uma vida saudável, onde não seja usado como mero objeto para satisfazer objetivos escusos.

Não sei quanto tempo irá demorar para que a justiça "acorde" e corrija esta barbárie. Enquanto não acontece, continuo a luta para recuperar o que for possível.

Neste exato momento há uma representação tramitando no conselho de ética de psicologia que trata, dentre outras coisas, da violação dos Direitos Humanos. Também estou fazendo uma nova perícia psicológica para saber se sou apto a ser pai do meu filho (??????), e na torcida para que desta vez não impere o sexismo tão presente nas Varas de Família.

Me resta seguir nesta tortura.