A jornada acabou. Segundo o entendimento do douto magistrado, após 4 anos e meio de processos e empecilhos na convivência do Francisco, depois de deixar o trabalho em Campinas para tentar uma aproximação com ele em Recife e ser preso por conta desta decisão, depois de 3 avaliações psicológicas diferentes, vossa excelência proferiu sua sentença.
Concluiu-se que o genitor não possui mais contato com a criança e, portanto a guarda deverá permanecer com a mãe.
Brilhante decisão da justiça! Depois de me afastar de meu filho, ignorar várias denúncias de obstacularização de visitas, a justiça decide que não posso ver meu filho porque não consigo ver meu filho. Maravilhoso exercício de lógica.
Este é o tipo de decisão que vemos todos os dias nos tribunais. Filhos afastados de seus pais por decisão das mães. Ainda temos que ouvir todos os dias que "pai não se importa" e que é somente "o amor de mãe" que faz a diferença. Maldita sociedade doentia!
Enfim, o excelentíssimo decidiu que posso requerer ainda o direito a visitas se eu abrir um novo processo!!!! O que não consigo entender é que, mesmo com um direito a visitação anterior eu não conseguia realiza-lo, um novo processo fará alguma diferença? Pior ainda, depois de CENTENAS de páginas e 4 anos e meio, ainda não foi possível decidir pela minha convivência?
Agora só me resta a pensão.
Filho, se um dia você ler estas palavras, saiba que papai te adora e deseja conviver contigo. Cabe a você agora, quando chegar uma idade que possa tomar suas próprias decisões, avisar na justiça. Certamente você ouvirá inúmeras mentiras sobre mim e minha família. Papai nunca bateu em ninguém e nunca te abandonou.
Aos pais que, como eu, continuam lutando diariamente para tentar ver os próprios filhos, força. Muita força. É uma luta inglória, que somente trás sofrimentos. Porém, ainda assim, é preciso lutar com todas as forças para o bem de seus filhos, de outros pais e pela nossa própria sanidade.
Para à sociedade, combata este maldito intervencionismo dos psicólogos. Dia após dia eles se intrometem nas decisões pessoais e familiares. Decidem por decreto o que é ou não doença e seus laudos beiram a aleatoriedade. Muitos vão presos ou prejudicados por denúncias de abuso sexual ou violência por conta disso:
http://www.calunia.com.br/
http://en.wikipedia.org/wiki/McMartin_preschool_trial
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2011/04/pais-de-acusado-de-abuso-sexual-nos-eua-falam-que-filho-e-inocente.html
Toda e qualquer vez que isso acontece, não é possível refutar um laudo diretamente. Ele surge como mágica, por técnicas sigilosas e especiais. É necessário um esforço imenso para tentar se reverter uma condenação psicológica através de provas materiais. Para todo e qualquer caso, é dito que "não era uma psicóloga de verdade" - http://pt.wikipedia.org/wiki/Expuls%C3%A3o_do_grupo
No caso dos pais, somos condenados preemptivamente por elas - geralmente mulheres - e temos que lidar com avaliações absurdas que necessitam ser invalidadas por tentativa e erro, fazendo novas avaliações em outros psicólogos e apresentando os relatórios mais positivos.
Enfim, são muitos problemas. Porém, no governo, algumas mudanças positivas estão ocorrendo. Como é muito difícil em geral para os magistrados lerem e interpretarem leis, está surgindo um novo projeto de Lei, a PL 1009/2011 - http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=498084 - que visa deixar numa linguagem mais simples a explicação para os magistrados sobre o significado da Lei de Alienação Parental, na esperança de que passe a ser corretamente aplicada.
Obrigado a todos que apoiaram esta luta. O protesto foi realmente uma manifestação de um resultado que já sabia desde o primeiro dia do processo, porém foi algo que mudou minha vida. E quem sabe, no futuro, possa tocar também a vida do Francisco.