terça-feira, 9 de novembro de 2010

Atravessando Alagoas

Rio São Francisco
A saída da Ilha das Flores foi a todo vapor, sustentando uma excelente velocidade em uma pista quase plana. Depois de uma pequena travessia de balsa, passei pela região de Coruripe/AL. Minha parada foi na cidade de Jequiá da Praia. Fiz 92km neste dia.

Um pequeno descanso em uma pousada barata, mais uma sequência de viagem. Como minha intenção de chegada era dia 16, estava com os dias folgados para chegar a Recife, permitindo certos abusos com o tempo. Quando avistei o mar e vi uma trilha de acesso, não exitei em entrar e explorar. Cheguei em Lagoa Azeda. Lá era um ponto sem saída, exceto pela areia da praia. Como a maré ainda estava favorável, prossegui por ela.

O lugar tinha uma estrutura peculiar, com altos montes margeando a praia, com vastas áreas erodidas. Meu caminho pela areia rendeu bastante, exceto pelo final, quando a maré subiu. Gastei metade do tempo de travessia para transpor os últimos 3km de praia, até a Praia do Gunga. Fiquei espantado com o movimento e aparentemente o espanto foi recíproco, com um ciclista saindo no meio do nada em meio a multidão.

Por todo caminho belas paisagens me acompanharam. Meu descanso foi na antiga capital de Alagoas, Marechal Deodoro, num ponto chamado "Praia do Francês". Apesar da distância pequena, estava tranquilo com o prazo.

Havia programado para o dia posterior um descanso em Maceió. A pedalada até lá foi tranquila, exceto pelos quilômetros finais que não havia acostamento e o trânsito estava intenso.

Ao adentrar na cidade, encontro a equipe do jornal Gazeta de Alagoas. É claro que imediatamente eu parei ao lado do carro deles e contei minha história. Fui escoltado até a redação com um carro da imprensa. Foi engraçada a reação das pessoas a minha volta, olhando curiosas em saber o que estava acontecendo.

Maceió/AL
Fiz uma pequena entrevista, tirei umas 100000 fotos e pus o pé na estrada. Consegui combinar com um colega ciclista de Recife para me escoltar nos quilômetros finais, e ele sugeriu dia 12. Essa mudança de planos me fez apertar o passo, pois agora o prazo estava apertado.

Aproveitei e marquei esta data como a oficial pra chegada. Desta forma fica mais fácil planejar.

Em passos fortes segui rumo a Ilha do Crôa, onde foi meu ponto de descanso. Por muito pouco não fiquei sem janta, pois o último restaurante aberto estava arrumando as mesas pra fechar. Os restaurantes do lugar fecham antes do jantar.

4 comentários:

  1. Gustavo, conversamos na praia de Carro Quebrado! Sensacional as paisagens que você vem atravessando e nobre sua jornada!
    Lhe desejo muito sucesso nesse finzinho da jornada!

    Iuri Queiroz
    (iuri.queiroz@gmail.com)

    Obs.: Repassei seu blog para todos os companheiros ciclistas que tinham e-mail válido!

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  2. Pedala PAiPA!!! Dia 12 tamos aí...

    Abração!

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  3. Força Gustavo! Agora falta pouco, menos de 300km... um mero detalhe, depois de tudo que você já passou.
    Interessante sua narrativa quando chegou ao rio São Francisco, sem saber do que se tratava.
    Sensacionais os exemplos de solidariedade que você tem encontrado.
    Muito boas as suas médias de km nos últimos dias.
    Fico imaginando sua ansiedade nesses dias finais. Gostaria de estar em Recife para ver sua chegada.
    Abraço e boa sorte.
    Alexandre e Débora (carona em Monte Verde - MG)

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  4. Pode crer, Gustavo.
    Fico fliz de verdade em saber que afinal, você tá se dando bem na sua jornada. Graças a Deus nenhum contratempo grave. E, ao que parece, você se acostumou com longos períodos em cima da bike.
    Boa sorte cada vez mais.
    Em tempo, já deu pra você avaliar a repercussão da empreitada?
    Um abraço

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