Porto Seguro |
Um belo amanhecer ensolarado. Foi isso que encontrei em Porto Seguro após tanta chuva seguida. Tive privilégio de um farto café e segui pra bicicleta. Pelo caminho, muito movimento, praia e areia, coisas que não via há algum tempo.
Seguir a beira-mar tem uma grande vantagem - tudo é praticamente plano. Desta maneira pude sustentar uma boa média por um longo tempo e aproveitar melhor a paisagem e a brisa no rosto. Minha primeira parada foi em Santa Cruz de Cabrália, tanto para uma água de coco como para um pouquinho de turismo. Pude fotografar o local da primeira missa no Brasil, onde ergueram uma enorme cruz na comemoração dos 500 anos da colonização portuguesa. Tive também algumas conversas sobre Vicente Pinzón e Duarte Pacheco. Sabia que meus estudos de história seriam úteis algum dia!
Balsa para Belmonte |
Enfim, fotos tiradas, continuei seguindo a região chamada "Costa do Descobrimento". Várias belas praias compunham o lugar, bem como uma fartura de lugares para reabastecer-me. No entanto desta vez não precisei de muitas paradas, já que a pista parecia um tapete, totalmente nivelada, e não poderia ser mais perfeito para pedalar. Minha próxima parada foi a balsa rumo a Belmonte.
Depois da balsa, o ritmo intenso prosseguiu até Belmonte, onde fiz pequenos reparos na minha bicicleta e fui procurar a lancha que fazia a travessia do mangue até Canavieiras. Existia outras duas possibilidades: uma era pela estrada em construção BA-001, outra era pelo mangue. Como meu prazo para chegar em Recife está começando a ficar apertado, fui pela rota mais segura.
Praça em Belmonte |
"Se" a estrada em construção estivesse em boas condições, teria levado menos tempo por lá, mas não consegui nenhuma informação confiável sobre isso. Meu medo era que faltasse alguma coisa, como uma ponte, e me fizesse perder tempo.
Uma pena que o pequeno filme que fiz não dá a real noção de como é andar pelo meio do mangue, abaixando a cabeça para não bater em nenhum galho e as vezes tendo a impressão de que a lancha irá se chocar no meio do mangue. Foi uma experiência interessantíssima, especialmente pela bela paisagem. Mais um bicho pra coleção de animais que avistei nesta jornada. Desta vez foi um boto. Pena que não pude registrar.
Quando cheguei a Canavieiras, recebi um verdadeiro choque! Que cidade linda! Até então nunca havia ouvido falar neste lugar. Tudo muito bem conservado, muita circulação de bicicleta e uma limpeza fantástica. Não avistei nenhum vandalismo ou pixação. Lugar exemplar! Ao primeiro cidadão que paro para perguntar sobre pousadas, mais outra agradável surpresa. Além da orientação, recebi um convite para jantar!
Canavieiras |
Eram dois estudantes que, por problemas com o ônibus da prefeitura, perderam a aula na faculdade de Ilhéus. Pessoas muito simpáticas com as quais tive uma conversa inteligente ao longo da noite. Afinal, companhia sempre é bem-vinda. Ao final, não me deixaram pagar a conta.
Insistiram ainda que, pela manhã, passasse na casa de um deles, o Bruno, para que ele me levasse para um passeio pela praia. Ele foi estudante de turismo e me apresentou não somente os lugares da cidade como também contextos históricos e outros detalhes, tais como arquitetura e economia, que me permitiram ter a experiência de um verdadeiro tour.
Eu, Bruno e João |
Ao final, recebi uma fita do Nosso Senhor do Bonfim. Não acredito nestas coisas, mas vou manter a fita no meu pulso como recordação. Enfim, por causa deste passeio matutino, acabei saindo de Canavieiras por volta das 12h00, mas sem arrependimentos. A partir desta cidade acaba a Costa do Descobrimento e começa a Costa do Cacau.
Parabéns Gustavo! Estamos acompanhando sua jornada, muito felizes com a conquista de cada dia pedalado. Mandamos um abraço forte e muita força pra você!
ResponderExcluirRafaela e Olinto